Na Semana Mundial da Amamentação, as atenções se voltam para a importância do leite materno. De acordo com o Relatório Mundial da Infância 2011, da UNICEF, de 136.700 bebês que nascem em todo o mundo, apenas 32,6% deles são amamentados exclusivamente no peito nos primeiros 6 meses.
Para Jurandir Piassi Passos, ginecologista, obstetra e especialista em medicina fetal do Lavoisier Medicina Diagnóstica, isto ocorre porque as mães não possuem conhecimento no assunto. “Muitas mulheres não sabem dos benefícios da amamentação para os bebês no que diz respeito à nutrição, à imunidade, ao crescimento e ao desenvolvimento psicomotor dos seus filhos”, relata.
O especialista explica que a boa amamentação está diretamente ligada aos hormônios ocitocina e a prolactina, que agem para que o leite seja produzido e encaminhado à mama no período de amamentação.
A ocitocina estimula a contração das células musculares, o que empurra o líquido para dentro dos ductos e o expulsa para fora dos alvéolos. Contrai o músculo do útero durante e após o nascimento, para ajuda-lo a voltar ao seu tamanho original, além de diminuir o sangramento que a mulher pode ter após o parto. Já a prolactina, o “hormônio materno”, é liberada a partir do cérebro para a corrente sanguínea da mãe, o que faz com que as células alveolares reajam produzindo o alimento.
De acordo com Passos, além destes dois hormônios fundamentais, há o estrógeno, que estimula o desenvolvimento dos ductos por onde o leite passa, e a progesterona, que atua no crescimento dos alvéolos e lóbulos. “Não se pode deixar de citar que a liberação destas substâncias é responsável, em parte, pela intensa necessidade que a mãe sente de estar com seu bebê.”
Ele reforça que o conhecimento das substâncias é necessário, pois algumas situações podem atrapalhar a produção do alimento. “Mães que estão passando por situações de estresse ou muita tensão produzem quantidade anormal de adrenalina, que bloqueia a ocitocina, fundamental à amamentação”, sinaliza.
Dicas importantes para estimular a produção de leite materno
– Beba bastante água, pois quando ingerida ela se transforma no alimento do bebê sem grandes processos orgânicos. O ideal é consumir 4 litros por dia;
– Procure não ficar nervosa. A mãe que amamenta precisa relaxar, e eventos estressantes podem inibir a produção láctea;
– Durma bem. Com tanto gasto de energia que começou na gravidez, a mãe precisa repor as energias e o descanso é fundamental;
– Alimente-se adequadamente. A mãe deve preferir alimentos ricos em minerais, especialmente cálcio e fósforo;
– Amamente sempre que o bebê quiser. Quanto mais ele mamar, mais leite o organismo produzirá;
– Ajude o bebê a fazer a pegada certa no bico do seio. A sucção estimula a produção de prolactina e ocitocina, o que faz o organismo produzir mais leite;
– Tome remédios somente com orientação médica, pois a maioria dos medicamentos são transmitidos no leite.