Sempre Materna

Os cinco padrões que devemos fugir na alimentação das crianças

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Quantas vezes você já escutou a frase “meu filho não come nada”? É comum, não é mesmo? A dificuldade em alimentar as crianças pode ter um “culpado” mais próximo do que se imagina: os próprios hábitos alimentares dos pais. A rotina criada pode acabar transformando a hora da refeição em uma situação de pouca diversão para as crianças. E, nessa fase, o momento de formação do paladar é muito importante para que os pequenos desenvolvam o prazer em comer.

Há uma infinidade de orientações para se por em prática da hora da refeição. Defensora da alimentação saudável, Camila Verdeja, mãe de Santiago, 3 anos, dona do site Pequeno Gourmet, afirma que a criação de padrões pode acabar influenciando a aceitação dos pequenos para novas experiências.  Pensando em ajudar os pais que estão passando por este momento, Camila listou cinco padrões comuns criados pelos pais e que deveriam ser evitados para melhorar a alimentação dos filhos. Confira:

 

1. Explore diferentes texturas: Sempre digo que o mais importante na formação do paladar das crianças é variar, variar e variar. Isso pode, em um primeiro momento, ser sinônimo de mais trabalho, mas a longo prazo, os resultados são animadores. A oferta de várias texturas aumentará a experiência de paladar dos filhos, fazendo com que se acostumem com diferentes formas: sopa, papinha, purê, legumes sólidos, amassadinhos com garfo, enfim… Minha dica principal é não abandonar as demais texturas ao servir novas. Não criar padrões –  essa é uma forma de estimular a mastigação, o conhecimento e as experiências dos bebês.

 

 

2. Diversifique os sabores: Além das diferentes texturas, acredito que o preparo e apresentação, de forma variada, também seja de extrema importância. Que tal mostrar para os pequenos as diversas formas de comer as frutas? In natura, congeladas, picadinhas, em sucos, com iogurte ou tortas. É importante não criar um padrão na hora de servir, assim a chance de a criança desenvolver uma rejeição será menor. As frutas também podem ser exploradas como acompanhamento de comidas salgadas e quanto antes os pequenos provarem e se acostumarem, maior a experiência deles. Exemplo disso é o uso do abacate para preparar o guacamole – um acompanhamento salgado típico do México.

 

 

3. Use a criatividade (mas sem exagerar!): Eu gosto bastante de decorar os pratos do Santiago, porém isso não é regra – e ele sabe disso! Usar a criatividade nos pratos é uma forma de estimular o prazer e diversão que a criança precisa ter na hora das refeições. Mas não pode virar rotina, pois eventualmente irá fazer com que ele rejeite pratos que não estiverem decorados. Por isso é importante variar a apresentação: um dia decorado, outro dia normal, um dia o feijão está em cima do arroz, no outro está por baixo, um dia tudo misturado, no outro separado… E não é só com os alimentos que eu gosto de variar: pratos e talheres também não devem seguir padrões. E no caso dos bebês, é importante deixá-los comer com as próprias mãos – não diariamente, mas é importante dar a chance para o aprendizado, assim estamos estimulando sua autonomia e desenvolvimento.

 

4. Divirta-se à mesa: A televisão é polêmica entre os pais: uns deixam os filhos assistirem enquanto comem outros não permitem de jeito nenhum! Eu acredito que é preciso bom senso, de vez em quando que mal tem utilizar da televisão para deixar a refeição mais divertida? E acredito que não só a televisão, mas também músicas e livros podem sim ser utilizados como parceiros e não vilões da alimentação. O importante é não fazer disso um hábito diário em que a criança só come quando a televisão está ligada. Eu procurei ensinar para o Santigo que o prazer na mesa é um hábito, mas a diversão não precisa ser um padrão necessariamente e com isso ele entendeu que existem situação em que podemos brincar na mesa e outras não. Nos momentos de brincadeiras com livros, musicas e desenhos é bacana estimular a criatividade e imaginação da criança: conversar com os personagens, cantar músicas juntos, ler livros que tenham ligação com alimentos. Além de divertir, este é um momento de união da família.

 

5.  Explore diferentes ambientes: O último e não menos importante padrão que deve ser evitado é o hábito de realizar todas as refeições no mesmo lugar. Café da manhã na cama aos finais de semana, piquenique no parque, almoço comum na mesa da cozinha, almoço na sala vendo televisão, lanche na varanda e até mesmo os restaurantes… Existem diversas opções para diversificar na hora da refeição! Durante a semana é difícil, pois todos nós vivemos na correria, mas que tal fazer um esforço aos finais de semana e promover um momento de diversão familiar? O importante é estimular a diversão e prazer das crianças ao se alimentar, além disso, os pais também se divertem!

Fonte:  Pequeno Gourmet – Circular Comunicação