A hepatite é uma doença viral e infectocontagiosa, está relacionada a degeneração do fígado e é causada por vírus, bactérias, parasitas, pelo uso excessivo de álcool e também de medicamentos. Existem 5 tipos: A, B, C, D e E, porém, na infância, o mais comum é a “A”, que é proveniente de bactérias vindas das fezes. No texto de hoje vou explicar um pouco mais sobre a doença e como ela pode afetar a saúde das crianças.
O que é hepatite:
O tipo A, comum em crianças, é transmitido por meio oral-fecal que é quando existe a possibilidade de uma criança ou adulto usar o banheiro e não lavar adequadamente as mãos, contaminar alimentos e objetos pela falta de higiene, assim como pela ingestão de água contaminada. É uma doença passível de ser transmitida de pessoa para pessoa, especialmente no grupo de bebês e crianças por compartilhamento de objetos e brinquedos que são levados à boca e ou contaminados por uma criança infectada para outra saudável.
De certa maneira, classificamos essas situações como condições sanitárias ruins ou de baixa qualidade e são encontradas com frequência em locais onde não há muitos recursos salutares e ou com falta de higiene. Porém, vale dizer que um descuido na higiene (lavagem das mãos, por exemplo), pode favorecer o contágio – seja em casa, creches, escolas e locais de compartilhamento de objetos. Por isso, sempre é válido recomendar a lavagem correta das as mãos em crianças e adultos com muita frequência para evitar o problema.
Sintomas:
Em bebês e crianças os sintomas não são perceptíveis e isso faz com que a análise clinica seja praticamente nula, sendo possível apenas quando o médico solicita exames de sangue e ou há histórico familiar ou contaminação em massa (escola, creche, etc) que levante suspeitas de primeiro momento. Entre os principais sintomas, que podem perdurar por duas semanas até dois meses, estão: vômito, dor abdominal, falta de apetite, febre e cansaço, além de pele e olhos com tons amarelados. A urina também pode apresentar um tom escurecido.
Contágio:
Como mencionei antes a hepatite do tipo “A” se dá efetivamente pela falta de higiene, alimentos e bebidas contaminadas por parasitas e bactérias do trato fecal. O mesmo ocorre para o tipo “E”. Já a hepatite “B”, “C” e “D” são transmitidas pela corrente sanguínea, ou seja, pode ocorrer por meio de procedimentos que utilizam material cirúrgico contaminado e não descartáveis (no dentista, na manicure, depilação e em procedimentos de tatuagem), transfusões de sangue e usuários de drogas. Relações sexuais sem proteção também é um meio de transmissão direta. Gestantes e mulheres que amamentam podem passar a doença para seus bebês, por isso é importante realizar o pré-natal correto para diagnosticar o problema o quanto antes, já que os sintomas costumam ser invisíveis, sem manifestação precoce e se assimilam com outras doenças. Em casos agudos, com o passar dos anos, apresenta-se como quadro de cirrose ou até câncer no fígado.
Tratamento:
Para a hepatite do tipo “A” não existe tratamento específico. O pediatra avaliará as condições gerais da criança e possivelmente recomendará cuidados básicos de hidratação e alimentação, além de higiene contínua. Para os outros tipos B, C, D e E após a avaliação e diagnóstico correto feito pelo médico pode ocorrer a necessidade de tratamentos e, em casos mais crônicos, acompanhamento hospitalar.
Toda via, é importante manter repouso, alimentação adequada com pouca gordura e com ótimas condições de saneamento básico. Para as crianças, em geral, os alimentos são indicados conforme a sua aceitação, por exemplo, purê de batatas, sopinhas de legumes, entre outros. Para adultos, é importante não consumir álcool por pelo menos seis meses a um ano para não agravar ainda mais a doença.
Vacinação:
Nos postos de saúde, a partir deste ano (2017), é possível vacinar as crianças com idades entre 15 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias. Para isso, os pais devem estar atentos ao calendário de vacinação de seus filhos, além de manterem consultas periódicas com seus pediatras para avaliação geral da saúde e condições favoráveis para a vacinação (não pode tomar a dose quando doentes e ou com a imunidade baixa).
A vacina é feita com o vírus inativo, portanto, não causa a doença. Na rede particular a vacina tem apresentação de uso pediátrico e pode ser indicada para adolescentes com idade entre 15, 17 e 19 anos, além de adultos – com recomendações médicas.
Fonte: Dra. Priscila Zanotti Stagliorio