Cia da Tribo realiza sessões gratuitas de “Água Doce” durante as férias de julho
Ao longo do mês, paulistanos terão oportunidade de assistir à peça contemplada pelo Prêmio Zé Renato em nove parques da capital paulista
Água Doce_Foto: Arô Ribeiro
Durante o mês de julho, a Cia da Tribo segue em temporada do espetáculo Água Doce, voltado ao público infantil, com apresentações em parques de São Paulo, sempre com entrada gratuita. As sessões especiais de férias acontecem todos os sábados e domingos de julho, em nove parques das Regiões Oeste, Norte e Leste da capital. Veja agenda completa abaixo.
O espetáculo conta a história de uma família mitológica que se dedica a cuidar das águas. Com texto, cenografia, figurinos, trilha sonora e criação de bonecos originais, o espetáculo traz quatro personagens – Iara, Abaré, Cacira e Xirú- que se aventuram para proteger os rios. Iara, a Mãe do Rio, é amaldiçoada ao matar sua irmã, Cacira, e sua amargura deixa um rastro de destruição, com o rio poluído e sujo. Seu irmão, Abaré, enviado pelo pai Xirú, se aventura por correntezas e turbulências para reencontrar sua irmã e dar nova vida aos peixes e ao rio. Na trajetória, encontra seres da cultura indígena que o ajudam na jornada, como o Cabeça de Cuia, o Jaguarão, o Pirarucu, entre outros.
As apresentações ao ar livre integram o projeto Água Doce, contemplado pela 6ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a Cidade de São Paulo, e abrangem parques localizados nas regiões Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro da capital. Os parques que recebem o espetáculo têm ligação com o tema, tendo rios em seu território ou em seu subterrâneo.
SOBRE O ESPETÁCULO ÁGUA DOCE
O espetáculo traz influência da cultura popular, lendas indígenas, mitos ribeirinhos e nordestinos. A peça conta a história de quatro personagens de um povo inventado- Iara, Abaré, Cacira e Xirú- inspirado em seres mitológicos. Iara, a deusa das águas, se destaca entre seus irmãos e tem seu valor reconhecido pelo seu pai, conhecido como Xirú, que a escolhe para cuidar das águas. Nesse momento, ela é atacada por sua irmã, e ao se defender, acaba matando-a ao derrubá-la no rio.
Iara é amaldiçoada e condenada ao exílio pela aldeia, enviada à pororoca, encontro turbulento das águas do mar com as águas do rio, Iara transforma-se em Mãe do Rio. Sua amargura mata o rio, deixando-o turvo. Seu irmão empreende uma verdadeira jornada do herói para trazê-la de volta, retomando assim a vida do rio.
Materiais reciclados
A Cia da Tribo começou a pesquisa para Água Doce há mais de um ano. Encontraram o artista visual Adriano Castelo Branco, educador e criador de esculturas lúdico-sonoras constituídas de materiais de descarte e reutilizáveis. Para o espetáculo, Adriano e a Cia da Tribo buscaram na Cooperativa de Catadores de Guarulhos materiais como fitas métricas, talheres, matrizes de garrafas pet, microfone, tachinha de lata, entre outros. Inspirado pelos personagens folclóricos e da cultura indígena, Adriano criou especialmente para o espetáculo 14 ‘criaturas instrumentosas’, algumas em grandes dimensões.
A música da água
A direção musical de Rogério Almeida traz canções e trilha sonora originais feitas a partir de extensa pesquisa da cultura popular. Para desenvolver o trabalho, o músico e ator buscou referências na música dos ribeirinhos e cantigas indígenas, além da música ibérica e de matriz africana. Rogério pesquisou as nuances sonoras da água, captou o som de chuvas, gotas e corredeiras para compor o som metálico e urbano que permeia o espetáculo. A música das lavadeiras e o caboclinho também foram inspirações, assim como o uso de instrumentos como a alfaia, um tambor popular mais utilizado no maracatu, o vaso de cerâmica, mais conhecido como cântaro, e o atabaque africano, além de flautas de influência indígena.
Sobre a Cia da Tribo
Fundada pelos artistas Milene Perez e Wanderley Piras, iniciou em 1996 o seu trabalho de pesquisa em teatro baseado num profundo mergulho na cultura popular. A sua linguagem cênica foi desenvolvida por meio do estudo de tradições populares, personalidades e corporeidades brasileiras. Histórias, músicas, danças e bonecos criados pelo povo em diversas regiões do país são investigados, apreendidos, recriados e trazidos à cena, construindo assim, uma teatralidade brasileira.
A Cia da Tribo é um grupo urbano, nascido numa megalópole e influenciado pela cultura popular, a contemporaneidade e o diálogo entre elas. Para ela, o regional e o urbano, bem como o passado e o presente, se encontram, atualizam memórias e transformam as possibilidades desse fazer artístico. O grupo já montou 13 espetáculos, entre eles “Dois corações e quatro segredos”, que refaz a viagem de Mário de Andrade pelo interior do Brasil; “Pé de Vento”, inspirado nos poemas de Manoel de Barros; “Zabumba”, baseado na festa do Bumba-meu-Boi; “Quixote Caboclo”, inspirado nos poemas de Patativa do Assaré; entre outras montagens que conquistaram o público e crítica com suas releituras da cultura popular, trazendo este universo para a contemporaneidade.
Entre os prêmios conquistados pela Cia da Tribo, figuram o Prêmio Coca Cola Femsa de Melhor Diretor e Figurino por “Dois Corações e Quatro Segredos”, em 2005; os Prêmios APCA, Mambembe e Prêmio Coca Cola de Teatro Jovem pelo espetáculo “Zabumba”, em 1996; além da indicação ao Prêmio Mambembe por “Romance”, em 1999.
Site: www.ciadatribo.com.br
Facebook: www.facebook.com/CIADATRIBO
YouTube: www.youtube.com/CIADATRIBO_teatro
Instagram: www.instagram.com/ciadatribo
FICHA TÉCNICA
Texto e Direção: Milene Perez e Wanderley Piras
Direção de Produção: Tatiana Mohr
Direção Musical: Rogério Almeida
Bonecos: Adriano Castelo Branco
Atuação: Milene Perez, Tatiana Mohr, Rogério Almeida e Wanderley Piras
Cenografia: Wanderley Piras
Assistente de Cenografia e contrarregras: Dino Soto
Figurino: Milene Perez
Designer Gráfico: Adriana Amaral
Fotografia: Arô Ribeiro
Operação de som: Drika Ferreira
Holding: Dino Soto
Produção: Cia da Tribo
Serviço:
Cia da Tribo apresenta “Água Doce” durante as férias de julho
Classificação indicativa: livre
Entrada: gratuita
Duração: 55 minutos
REGIÃO LESTE:
Dia 21 de julho, sábado, 16h
Parque Ecológico do Tietê
Dia 22 de julho, domingo, 16h
Parque Nebulosas
Dia 28 de julho, sábado, 16h
Parque Chico Mendes
Dia 29 de julho, domingo, 16h
Parque das Águas
PRÓXIMAS APRESENTAÇÕES:
REGIÃO SUL:
Dia 4 de agosto, sábado, 11h e 16h
Parque Independência
Dia 5 de agosto, domingo, 11h e 16h
Parque Ibirapuera