Diversos fatores da sociedade e cultura impõem a todos acreditarem que existem costumes determinados para homens e mulheres.
Mesmo na infância, padrões culturais de vida são ensinados pelos pais aos filhos para que cresçam como manda a receita. Sendo assim, pode-se observar diferentes habilidades e preferências de meninos e meninas, ensinados e reforçados pela sociedade. Nada impede uma criança de gostar, naturalmente, de algo relacionado ao sexo oposto. Porém, o conceito de que “menino tem que fazer coisa de menino” e “menina tem que fazer coisa de menina” já nasce na cabeça da sociedade.
A escola é o lugar que as crianças mais se desenvolvem e se descobrem. Dentro do ambiente escolar, é importante não incutir estereótipos e é de é de suma importância tratar todas as crianças como únicas, com necessidades e experiências individuais, independente do sexo e de suas preferências pessoais, segundo a coordenadora do Colégio Itatiaia, Priscila Manetta. “Não reforçamos figuras de comportamento que separam os indivíduos, como por exemplo, menino brinca de bola e menina de corda. Meninos e meninas devem ser respeitados em sua individualidade independente do seu comportamento”.
As crianças são produtoras de cultura e a construção coletiva faz parte do processo de aprendizagem, trazendo ao ambiente escolar a cultura adquirida com familiares e com o mundo que os cercam. “É muito difícil mudar toda uma cultura, podemos inclusive verificar nas lojas que os brinquedos ficam separados, meninas de um lado e meninos de outro. Podemos perceber que as cores das embalagens geralmente são bem distintas: rosa e lilás para meninas, verde e azul para meninos. As brincadeiras são influentes, mas, não são necessariamente determinantes para o futuro ou escolhas das crianças”, ressalta Priscila.
Biologicamente, o feminino e o masculino se expressam de formas diferentes, já que homens e mulheres possuem genes e hormônios em quantidades distintas, ditando particularidades de cada gênero e comportamentos diversos. Mas, este fator não prova que menina tem que usar rosa e menino azul.
É importante os pais compreenderem que no momento da criança se interessar por brinquedos que “são do sexo oposto” não podem sofrer punições ou repressões a um comportamento que ela compreenda como certo ou errado. Este tipo de ação é comum durante a infância e, muitas vezes, a criança demonstra curiosidade pelo brinquedo diferente ou estabelecer relações afetivas. O menino pegar a boneca, porque acabou de ganhar um irmãozinho ou a menina brincar de carrinho porque isto a remete a um passeio divertido com a família não deve ser estranhado.
Brinquedos, jogos e brincadeiras não devem ser separados (meninos e meninas) e cabe às instituições de educação permitir o contato da criança com diversos tipos de experiência para a construção da criação. “Desta forma, pais e escola investem em uma formação significativa, sem preconceitos, desenvolvendo habilidades e trabalhando competências”, finaliza Priscila. De forma coerente e simples, os pequenos adquirem conhecimento e aprender a lidar com as próprias decisões que estão por vir.
Fonte: Sempre Materna