Sempre Materna

Bons hábitos na infância impactam diretamente na saúde dos ossos na meia idade

African girl in front of vegetable dish.

Má alimentação e carência de exercícios físicos podem aumentar as chances de fraturas por fragilidade ao longo do envelhecimento

 

O cenário de fratura óssea é alarmante no Brasil e no mundo. A projeção no país é de que irão ocorrer cerca de 140 mil fraturas por osteoporose até 2020[1]. Entretanto, o dado que mais assusta os especialistas e a saúde pública é a taxa de mortalidade, que chega a 21,5%[2] durante o primeiro ano após a alta – ou seja, quase um em cada quatro pacientes que sofrem uma fratura vão a óbito pouco tempo depois do ocorrido.

 

Este cenário está relacionado ao envelhecimento, mas pode ser prevenido com hábitos saudáveis na juventude, com uma rotina de alimentação saudável e prática de exercícios físicos. A infância e a pré-adolescência são fases primordiais para o bom desenvolvimento do corpo, pois é neste período que ocorre o fenômeno do pico de massa óssea, no qual o ser humano adquire a quantidade máxima de densidade mineral óssea que terá durante a vida. Entre 85 e 90% da massa óssea máxima do adulto é adquirida até os 18 anos em meninas e até os 20 anos em meninos[3].

 

O pico de massa óssea é explicado não só por fatores hereditários, como também por gênero, etnia, hábitos dietéticos, atividade física, influências hormonais diversas, composição corporal de massa magra e gordurosa, doenças intercorrentes, uso crônico de medicamentos e outros elementos. Cerca de 70% da massa óssea final depende de fatores genéticos e, os 30% restantes, de fatores ambientais, alimentares e estilo de vida, em particular[4].

 

A massa óssea apresentada quando se é adulto é um resultado da quantidade de osso adquirida durante o crescimento e da perda óssea relacionada com o avançar da idade. O osso é um órgão ativo que possui células com o papel específico de remodelar o tecido ósseo em vários pontos do esqueleto. Quando em desequilíbrio, a parte de reabsorção leva à perda progressiva óssea, que gera fragilidade e pode causar a osteoporose.

 

Estima-se que a ocorrência de perda óssea atinja cerca de um quarto da população em todo o mundo, resultando em 220 milhões de pessoas com a doença[5]. Considerada uma epidemia silenciosa pela Associação de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (ABRASSO), existem estudos que relacionam os bons hábitos dos jovens à pré-disposição da doença. De acordo com a Federação Internacional da Osteoporose, a estimativa em todo o planeta é que 1 em cada 3 mulheres com mais de 50 anos sofrerão fraturas osteoporóticas, assim como 1 em cada 5 homens com mais de 50 anos[6].

 

Um estudo realizado no Rio de Janeiro, por exemplo, revelou que dos 246 pacientes acima de 60 anos internados em vários hospitais fluminenses devido a fraturas por fragilidade óssea (osteoporose), 35% morreram no hospital ou após a alta[7]. Os especialistas atribuem essa elevada taxa de mortalidade à prevalência de baixa densidade óssea. “O pico de massa óssea é uma das condições que ajudam a osteoporose, entretanto, outros fatores estão associados. O ponto de atenção é que após a primeira fratura, existe um aumento do risco de novas quebras de osso, que apresentam um impacto negativo na qualidade de vida do paciente devido ao alto índice de morbidade e mortalidade associados à situação”, explica Carolina Moreira, endocrinologista professora do Serviço de Endocrinologia do Hospital das Clínicas do Paraná.

 

“Atualmente, é praticamente impossível aumentar pico de massa óssea na vida adulta, ou seja, se o indivíduo em desenvolvimento não adquirir a quantidade certa no momento adequado, terá sua saúde comprometida por toda vida.  Isso significa que ter hábitos saudáveis nas primeiras duas décadas reflete no envelhecimento destes jovens. A ingestão de cálcio na infância e a massa óssea de um indivíduo adulto está estreitamente relacionada ao risco de fraturas osteoporóticas e de doenças como osteoporose no futuro”, afirma a especialista.

 

O cálcio é necessário para o fortalecimento ósseo e o seu consumo durante a infância e adolescência afeta a obtenção de massa óssea, pois a ingestão da substância neste período está associada com o ganho de densidade mineral óssea e menor risco de fratura na idade adulta[8].

 

“Para uma saúde óssea ideal, uma criança necessita de 800 mg de cálcio ao dia e o adolescente de 1300 mg. Para atingir esta meta, é necessário ingerir leite e derivados cerca de duas a três vezes ao dia e ter níveis de vitamina D adequados para que este cálcio seja absorvido. A vitamina pode ser adquirida ao tomar sol, num período de 15 a 20 minutos por dia, ou por meio de suplementação oral, em situações de baixa exposição solar”, completa Dra. Carolina.

 

Fonte:  UCB

A UCB Biopharma é uma empresa global biofarmacêutica focada na descoberta e desenvolvimento de medicamentos e soluções inovadoras para transformar a vida das pessoas que vivem com doenças graves em imunologia e neurologia. Com mais de 7.500 pessoas em aproximadamente 40 países, a empresa gerou uma receita de € 4,5 bilhões, em 2017, e investe 25% de seu lucro em pesquisa e desenvolvimento.



[1] Clark P, Cons-Molina F, Delezé M, Ragi-Eis S, Haddock L, Zanchetta JR, Jaller JJ, Palermo L, Talavera JO, Messina DO, Morales-Torres, Salmeron J, Navarrete A, Suarez E, Pérez CM, Cummings SR (2009) The prevalence of vertebral fractures in Latin American countries: The Latin-American

[2] Pereira SRM, Puts MTE, Portela MC, Sayeg MA (2010) The Impact of Prefracture and Hip Fracture Characteristics on Mortality in Older Persons in Brazil. Clin Orthop Relat Res 468:1869-1883

[3] Heaney RP, Abrams S, Dawson-Hughes B, Looker A, Marcus R, Matkovic V. Peak bone mass. Osteoporos Int. 2000;11:985-1009.

[4] Paula Lustosa Martins; Ana Lúcia Starling Pimenta; Daniel Lustosa Martins – Infância e adolescência: alimentação suficiente em cálcio e fósforo

[5] 1998, Rosen, C J, Donahue, L R. Insulin-like growth factors and bone: the osteoporosis connection revisited. Proc. Soc Exp Biol Med.

[6] Federação Internacional da Osteoporose (IOF)

[7] 2012-Latin America_Audit Brazil

[8] 2003, Kalkwarf HJ, Khoury JC, Lanphear BP. Milk intake during childhood and adolescence, adult bone density, and osteoporotic fractures in US women. Am J Clin Nutr.