Tratamento multidisciplinar como psicoterapia, meditações, yoga e acupuntura
O estresse pode afetar, não somente o emocional, mas também a qualidade e a saúde das pessoas. A relação do estresse com a fertilidade vêm intrigando muitos médicos, já que não se sabe, ao certo, qual o peso real dessa tensão no processo de uma gestação.
O jornal científica “Human Reproduction” publicou um estudo apontando que, mulheres com altos níveis da enzima alfa-amilase, indicador biológico do estresse encontrado na saliva, contam com 29% menos chances de engravidarem em comparação àquelas com baixas concentrações da substância. A respeito disso, a Universidade de Copenhagen, Dinamarca, divulgou também uma pesquisa onde, de cada dez casais que encontram dificuldades para engravidar, quatro não apresentam qualquer problema.
Para o ginecologista Dr. Joji Ueno, diretor e fundador da Clínica Gera, “não podemos afirmar que a causa específica da infertilidade seja o estresse. No entanto, o estresse está intimamente relacionado às taxas hormonais que afetam diretamente as funções do ovário. Em alguns casos, essa liberação de hormônio pode propiciar a contração da musculatura uterina e diminuir a vascularização, podendo provocar um parto prematuro. ”, afirma o ginecologista.
Uma mulher, em condição de estresse, pode sofrer alterações em seu ciclo menstrual e, até mesmo, parar de menstruar. Além disso, há também uma série de reações neuroquímicas responsáveis por proteger o corpo contra as influências externas que podem causar danos. No caso dos homens, o estresse pode ocasionar uma redução da qualidade de esperma e de volume do sêmen, além de falta de libido e de ereção.
É bastante comum, durante o tratamento de fertilidade, que a paciente fique estressada. Isso ocorre porque as pacientes se sentem inseguras com a possibilidade de estarem grávidas ou não. Essa expectativa pode causar um aumento do hormônio cortisol e, consequentemente, uma alteração na qualidade ovulatória, bem como nas possibilidades de implantação do embrião recém-formado no útero, dificultando a gravidez e até aumentando a chance de um aborto.
“Sempre que nos deparamos com uma situação de estresse, indicamos aos pacientes um trabalho multidisciplinar, onde contamos com o apoio de um psicólogo, terapias, meditações, práticas de yoga e acupuntura. ”, conclui Ueno.
Fonte: Dr. Joji Ueno
O ginecologista Dr. Joji Ueno é doutor em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP), ex-fellow do Jones Institute for Reproductive Medicine (EUA) e fundador e diretor da Clínica Gera. Ueno também é autor da obra “Cirurgia Videoendoscópica em Ginecologia” e responsável pelo setor de Video-histeroscopia do hospital Sírio-libanês. É coordenador do curso de pós-graduação Lato Sensu em Medicina Reprodutiva do IEP-GERA.